segunda-feira, 21 de junho de 2010

A INFLUÊNCIA AFRICANA NA LÍNGUA PORTUGUESA




O entrecruzamento de africanos, portugueses e índios, entre os séculos XVI e XVIII, consolidou a estrutura genética da população brasileira. Toda a construção da economia litorânea no Brasil, inclusive o desenvolvimento de sua vida urbana, se deve ao mulato, mestiço de negro e ao branco.

Porém, a contribuição do negro para a cultura brasileira vai além da povoação e da prosperidade econômica através do seu trabalho. Vindos de diversas partes da África, os escravos negros trouxeram suas matrizes culturais e transformaram não apenas a sua religião, mas todas as suas raízes em uma cultura de resistência social.

Sabemos que a extensão da influência africana no português brasileiro é muito grande o que resultou na origem de muitas palavras que hoje fazem parte dos Vocábulos Afro-brasileiros que usamos no nosso dia a dia.

Por quase trezentos anos, o Brasil recebeu milhares e milhares de africanos, aqui trazidos como escravos para o trabalho rural ou na mineração. Vieram negros de praticamente toda a África, mas deles destacam-se dois grandes grupos: o guineano-sudanês e o banto. Esses povos falavam muitas línguas, das quais quatro exerceram razoável influência no nosso jeito de falar o português. Do primeiro grupo, podemos mencionar o iorubá ou nagô (Nigéria) e o eue ou jeje (Benim). Do segundo, o quimbundo (Angola) e o quicongo .(Congo).

Uma série extensa de palavras oriundas dessas línguas incorporaram-se ao nosso léxico, especialmente as relativas a:

• Divindades, conceitos e práticas religiosas , ainda hoje utilizadas na Umbanda, Quimbanda e Candomblé (inclusive essas três palavras) - Oxalá, Ogum, Iemanjá, Xangô, pombajira, macumba, axé, mandinga, canjerê, gongá ( ou congá);

• comidas e bebidas (muitas delas, originariamente, comidas e bebidas-de-santo, que depois se popularizaram na nossa culinária, notadamente na baiana) - Quitute, vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, quibebe, farofa, quindim, canjica e possivelmente cachaça;

• topônimos , isto é, nomes de lugares e locais - Caxambu, Carangola, Bangu, Guandu, Muzambinho, S. Luís do Quitunde; cacimba, quilombo, mocambo, murundu, senzala;

• roupas, danças e instrumentos musicais - Tanga, miçanga, caxambu, jongo, lundu, maxixe, samba, marimba, macumba (antigo instrumento de percussão) , berimbau;

• animais, plantas e frutos - Camundongo, caxinguelê, mangangá, marimbondo, mutamba, dendê, jiló, quiabo;

• deformidades, doenças, partes do corpo - Cacunda, capenga, calombo, caxumba, banguela, calundu, bunda.

Várias palavras produziram compostos e derivados, como pé-de- moleque , molecagem, minitanga , quiabinho, angu-de-caroço, dendezeiro e tantas outras. Curiosa é a formação de capanga , de provável origem banto: a forma normal é panga (companheiro), que entrou para o português acrescida do prefixo diminutivo ca . Isto quer dizer que na origem "capanga" significa "companheirinho". De procedência africana são também provérbios como "por fora, muita farofa; por dentro, molambo só" (aqui, farofa = ostentação e molambo = trapo, farrapo).



A influência africana fez-se sentir também na área da fonética, combinada com a influência indígena, já que os especialistas têm dificuldade de identificar a ação de cada uma separadamente. Essa influência operou-se principalmente no linguajar chamado "caipira", utilizado pelos falantes da área rural com instrução formal pouca ou nenhuma. Assim, são atribuídas à influência afro-indígena formas como tá (está), mió (melhor), fulô (flor), muié (mulher), paiaço (palhaço), cosca (cócega), memo (mesmo), aquerditá (acreditar), num (não), andano (andando), etc.


Curiosidades:

PALOP :Países Africanos De Língua Oficial Portuguesa

Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, cujo acrónimo é PALOP, é um grupo formado por seis países lusófonos africanos formado em 1996. Cinco dos membros foram colónias de Portugal em África, que obtiveram a independência entre 1974 e 1975. O outro é a Guiné Equatorial, que em 2007 adoptou o português como língua oficial.


Estes países, que se encontram organizados na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vêm firmando protocolos de cooperação com vários países e organizações nos campos da cultura, educação e fomento, preservação da língua portuguesa e outros. Um exemplo é o Projecto Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Judiciário PIR PALOP, cofinanciado pelo Governo Português e pela União Europeia


REFERÊNCIA


Alguns Vocabulos Afro-Brasileiros. Disponível em <http://www.velhobruxo.tns.ufsc.br/Candomble.html> Acesso em junho de 2010.

A Influência Africana Na Língua Portuguesa. Disponível em:


Acesso em junho de 2010.

Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). In Infopédia Porto: Porto Editora, 2003-2010. Disponível em < http://www.infopedia.pt/$paises-africanos-de-lingua-oficial-portuguesa>
Acesso em junho de 2010.


Pesquisa realizada por Alexsandro Gomes da Silva - Redação 1- Turma A 43


9 comentários:

  1. Porém, a contribuição do negro para a cultura brasileira vai além da povoação e da prosperidade econômica através do seu trabalho. Vindos de diversas partes da África, os escravo negro trouxeram suas matrizes culturais e transformaram não apenas a sua religião, mas todas as suas raízes em uma cultura de resistência social.Várias palavras produziram compostos e derivados, como pé-de- moleque , amolecadas, mini tanga , branquinho, angu-de-caroço, fazendeiro e tantas outras. Curiosa é a formação de capanga , de provável origem bato: a forma normal é manga (companheiro), que entrou para o português acrescida do prefixo diminutivo cai . Isto quer dizer que na origem "capanga" significa "companheira". De procedência africana são também provérbios como "por fora, muita farofa; por dentro, mulambo só" (aqui, farofa = ostentação e mulambo = trapo, farrapo).

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  2. antônimos , isto é, nomes de lugares e locais - Caxambu, Carangola, Bangui, Guandu, Muzambinho, S. Luís do Quitunde; Cacimba, quilombo, mocambo, Burundi, senzala;

    • roupas, danças e instrumentos musicais - Tanga, miçanga, Caxambu, jongo, lundu, maxixe, samba, marimba, macumba (antigo instrumento de percussão) , berimbau;

    • animais, plantas e frutos - Camundongo, caxinguelê, mangangá, marimbondo, mutamba, dendê, jiló, quiabo;

    • deformidades, doenças, partes do corpo - Cacunda, capenga, calombo, caxumba, banguela, calundu, bunda.

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  3. muito interessantee isso, é bom termos conhecimentos dos costumes e outras coisas tipicas de outro pais .. legaal :D

    Djenyfer e Priscila .

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  4. A influência africana fez-se sentir também na área da fonética, combinada com a influência indígena, já que os especialistas têm dificuldade de identificar a ação de cada uma separadamente. Essa influência operou-se principalmente no linguajar chamado "caipira", utilizado pelos falantes da área rural com instrução formal pouca ou nenhuma. Assim, são atribuídas à influência afro-indígena formas como tá (está), mió (melhor), fulô (flor), muié (mulher), paiaço (palhaço), cosca (cócega), memo (mesmo), aquerditá (acreditar), num (não), andano (andando), etc.

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  5. Curiosidades:

    PALOP :Países Africanos De Língua Oficial Portuguesa

    Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, cujo acrónimo é PALOP, é um grupo formado por seis países lusófonos africanos formado em 1996. Cinco dos membros foram colónias de Portugal em África, que obtiveram a independência entre 1974 e 1975. O outro é a Guiné Equatorial, que em 2007 adoptou o português como língua oficial.


    Estes países, que se encontram organizados na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vêm firmando protocolos de cooperação com vários países e organizações nos campos da cultura, educação e fomento, preservação da língua portuguesa e outros. Um exemplo é o Projecto Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Judiciário PIR PALOP, cofinanciado pelo Governo Português e pela União Europeia

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  6. Trabalho de inglês
    Hoje foi muito bom Mari Marciano e Lucua

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  7. so falo que esse blog e bom por que preciso deste trabalho amanha cedo e minha professora de historia e chata

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  8. a minha professora valería sempre me encina isso

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